Introdução
Conta-se que,
após um evento evangelístico, alguém indagou a Dwight L. Moody quantas vidas
ele ganhara para Cristo naquele dia. “Duas e meia”, respondeu o famoso
evangelista. A pessoa sorriu e disse: “Entendo, o senhor quer dizer dois
adultos e uma criança”. “Não”, replicou Moody. “Foram duas crianças e um
adulto.”
O que o
fervoroso evangelista estava dizendo é que, ao trazer duas crianças a Cristo,
ganhara duas vidas inteiras para o serviço do Senhor, ao passo que o adulto,
talvez na metade de seus anos, podia dedicar-lhe apenas meia vida.
I. POR QUE EVANGELIZAR CRIANÇAS
Se há um
departamento na igreja que demanda gastos e esforços é o Departamento Infantil.
Será que vale a pena? Por que investir tanto na evangelização de crianças?
Existem bases bíblicas para o evangelismo infantil? Sim, todo esforço e
investimento são válidos para trazer a Cristo os pequeninos por quem Ele deu a
própria vida.
1. É ordem divina. Desde os tempos do
Antigo Testamento, o doutrinamento infantil mereceu especial atenção de Deus e
de seus sacerdotes e profetas. A ordem era que se incutisse na criança o
conhecimento de Deus. Em o Novo Testamento, não são poucas as passagens que
ordenam a evangelização dos pequeninos, e a maioria dessas ordens partiu do
próprio Senhor.
a) As crianças foram incluídas na Grande
Comissão. Todo crente está pronto a recitar o “Ide” de Jesus: “Ide...
pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Poucos, porém, já pensaram no
significado de “toda criatura”. A maioria se esquece de que a criança é também
criatura de Deus e está incluída nessa ordem, juntamente com os adolescentes,
jovens, adultos e idosos.
b) As crianças foram chamadas por Cristo.
“Deixai vir a mim os pequeninos” (Mc 10.14, ARA). Juntamente com o convite aos
pequenos, estava a ordem do Mestre para que não fossem impedidos de se
aproximar. Quase posso ver os discípulos, que antes proibiam a abordagem das
crianças, agora lhes abrindo passagem na multidão. Imagino Pedro tomando, em
suas mãos rústicas de pescador, a mãozinha gorducha de um menininho e
trazendo-o ao Salvador.
Estamos fazendo
assim em nossas igrejas? Estamos abrindo caminho para os pequeninos,
oferecendo-lhes as melhores salas da Escola Dominical, bons professores e
material didático? Não fazer isso seria embaraçá-los em seu caminho para
Cristo.
Pastores e
líderes, tomemos os pequeninos pelas mãos e levemo-los ao Salvador. Como?
Projetando os templos de modo a oferecer espaço ao aprendizado infantil,
investindo na especialização de obreiros interessados na salvação de crianças,
adquirindo material apropriado ao evangelismo infantil, e realizando
programações especiais voltadas a essa faixa etária.
Sigamos o
modelo de Jesus. Nas sinagogas, no Templo, nas aldeias e nas residências, as
multidões o cercavam. Pobres e enfermos o buscavam, famintos de suas palavras.
Sábios e incultos ouviam com avidez a sua doutrina. Doutores da Lei o
questionavam. Publicanos, escribas, sacerdotes e governantes queriam ouvir-lhe
a opinião. Contudo, o Mestre dos Mestres não se esquecia dos pequeninos. Deixai-os vir a mim, ordenava ele,
pegando-os no colo, abençoando-os, e garantindo que o Reino do céu lhes
pertencia (Mc 10.13-16). Penso que eram as crianças quem mais vibravam com as
parábolas do Mestre. Quanto não se emocionaram com a história da ovelhinha
perdida! Parece que as vejo olhando o céu, acompanhando o voo das andorinhas,
ou admirando o colorido dos lírios, enquanto o Senhor as ensinava a descansar
no cuidado do Papai do Céu. Retornando às suas brincadeiras, levavam no
coraçãozinho a certeza de que, para Deus, valiam mais que as flores e os
pássaros. E que surpresa deliciosa terem sido tomadas como exemplo para os
adultos, que deveriam tornar-se humildes como elas para herdarem o Reino dos
céus! (Mt 18.1-6).
c) Deus é o maior interessado na salvação
das crianças. “Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus,
que um destes pequeninos se perca” (Mt 18.14). Sim, a vontade de Deus é que
todas se salvem e venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4). Para isso, Ele
enviou o próprio Filho Jesus.
2. Prevenção da rebeldia nas gerações
vindouras.
Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os
louvores do Senhor [...] Porque ele [...] ordenou aos nossos pais que a
fizessem conhecer a seus filhos, para que a geração vindoura a soubesse, e os
filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos; para que
pusessem em Deus a sua esperança [...] e não fossem como seus pais, geração
contumaz e rebelde... (Sl 78.4-8)
A ordem de Deus
era que o seu conhecimento fosse transmitido às crianças, e estas, quando
crescessem, o fizessem a outras. Esse era, e ainda é, o modo de se prevenir o
declínio espiritual das gerações vindouras. Atente para a possibilidade que
havia de o povo de Deus seguir nas pisadas infiéis de seus antepassados. Se o
conhecimento de Deus não for bem cimentado na presente geração, para que esta o
comunique à próxima, as gerações futuras serão contumazes e rebeldes (v. 8).
II. CRIANCINHAS PODEM CRER
EM JESUS E RECEBÊ-LO COMO SALVADOR
Uma dúvida de
muita gente, inclusive de pessoas que trabalham com crianças é: Uma criança
pode crer em Cristo e ser salva? Sim. A Bíblia nos mostra, e a experiência o
comprova, que os pequeninos podem e devem
crer em Cristo, e recebê-lo como Salvador. Sobejam os testemunhos de valorosos
servos de Deus, que tiveram um encontro real com Cristo em sua infância e
permaneceram fiéis ao longo de suas vidas, fazendo grandes coisas para o Reino
de Deus.
Quem não se
emociona, por exemplo, com a história de Amy Carmichael, a missionária
irlandesa que serviu ao Senhor na Índia, e que livrou do paganismo hindu
centenas de pequeninos? Com apenas cinco anos, Amy compreendera sua necessidade
de um Salvador que a livrasse do pecado, e reconhecera em Cristo esse Salvador,
recebendo-o em seu coração. Sua experiência fez com que jamais desprezasse uma
conversão infantil. Ao contrário, empenhou-se na salvação de crianças e, após
testemunhar tantas almas infantis rendendo-se a Cristo, escreveu: “Até os
pequeninos podem crer no Filho de Deus e recebê-lo como Salvador”.
É a Bíblia,
porém, que garante a salvação de crianças.
1. Os pequeninos creem em Cristo. “E
Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles e disse: [...] Mas qualquer
que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim...” (Mt 18.2,6). O
Senhor, que sonda mentes e corações, e conhece a fé e a confiança das crianças,
estava testemunhando a capacidade dos pequeninos de crerem nEle. E pelo que
observamos no relato de Marcos, a criança que Jesus tomou para exemplo era
pouco mais que um bebê, porque foi pega no colo. “E, lançando mão de uma
criança, pô-la no meio deles e, tomando-a
nos braços, disse-lhes...” (Mc 9.36, grifo nosso). Era um menino, ou quem
sabe uma menina, ainda na primeira infância, mas a sua tenra idade não foi
obstáculo para que cresse em Cristo.
2. As crianças das cartas bíblicas. O
apóstolo Paulo inicia a epístola aos Efésios saudando os “santos que estão em Éfeso e fiéis
em Cristo Jesus” (Ef 1.1, grifo nosso). E ao final, após haver admoestado
os cônjuges, recomenda às crianças: “Vós, filhos, sede obedientes a vossos
pais” (Ef 6.1). A carta destinava-se também às crianças, e estas foram
chamadas, na introdução, de santas e fiéis.
João, em sua
primeira missiva, não apenas se lembra dos pequeninos como ainda dá testemunho
de seu relacionamento com Deus: “Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o
Pai” (1 Jo 2. 14, ARA). “Filhinhos”, do grego paidion, significa criança muito
nova, infante, nenê. Quem ainda duvida de que uma criança possa experimentar a
regeneração?
3. Outros exemplos bíblicos.
Encontramos na Bíblia crianças que aceitaram a salvação e permaneceram firmes
na fé. Um grande exemplo é o menino Timóteo, que, pequenino ainda, aprendeu,
com a mãe e a avó, as sagradas letras que o tornaram sábio para a salvação. Ao
ouvir o evangelho por intermédio de Paulo, aceitou prontamente Cristo,
tornando-se útil ao Reino de Deus (2 Tm 1.5; 3.14,15). No Antigo Testamento,
encontramos crianças como Samuel, que serviu ao Senhor desde que fora desmamado
(1 Sm 2.11,18,26), além de Miriã, irmã de Moisés, e a escrava de Naamã.
a) A perfeição do louvor infantil. Ao
entrar triunfalmente em Jerusalém, o Mestre foi aclamado pelas crianças que
gritavam “Hosana ao Filho de Davi!” (Mt 21.9,15). Questionado pelos indignados
sacerdotes e escribas, o Senhor Jesus contestou: “[...] nunca lestes: Pela boca
dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mt 21.16).
b) A revelação das verdades eternas aos
pequeninos. “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e
as revelaste aos pequeninos” (Mt 11.25). Ao longo desses anos de evangelismo
infantil, vimos muitas crianças a quem as verdades eternas foram reveladas
antes de o serem aos seus pais. São muitos os lares onde as crianças são as
primeiras a compreender e a receber o mistério oculto de Deus — Cristo, que
agora foi manifesto aos santos (Cl 1.26; 2.2). Depois, com oração e testemunho
pessoal, elas trazem a Jesus os pais e os irmãos mais velhos.
III. SEM JESUS, A CRIANÇA PERDER-SE-Á
Cremos na
salvação de crianças, e cremos igualmente em sua perdição. Sabemos que uma
criança pode reconhecer-se pecadora, crer em Jesus como salvador, recebê-lo
pela fé e ser salva, porque o próprio Jesus fala dos pequeninos que creem nEle.
Mas sabemos também que uma criança pode perder-se, porque:
1. A criança nasce em pecado e herda uma
natureza pecaminosa. “[...] todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus” (Rm 3.23). Todos, sem distinção de sexo, raça ou idade, estão igualmente
separados de Deus, aquém da perfeição divina. Pelo pecado de Adão no Éden,
todos já nascemos propensos ao mal; herdamos uma natureza moral corrupta, com
propensão a seguir o próprio caminho egoísta, indiferentes a Deus e ao próximo
(Rm 3.10-12).
2. O coração do homem é mau desde a
infância. Davi reconhece isso em Salmos 51.5, quando declara “Eis que em
iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. E em Salmos 58.3,
ele corrobora a ideia de que o coração do homem é desviado desde o ventre:
“Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram,
proferindo mentiras”.
3. A alma da criança está em perigo.
“[...] não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes
pequeninos” (Mt 18.14, ARA). Por que Jesus diria isso se não houvesse a
possibilidade de os pequeninos se perderem? Sua declaração leva-nos a crer que
a alma infantil está em perigo.
Alguém, pensando
naquele bebê lindo e angelical, dirá: Mas
ele é inocente, nem ao menos sabe o que é pecado! Sim, ele é inocente. Mas
apenas no sentido de que ainda não tem consciência do pecado, por ser mental e
moralmente incapaz de reconhecê-lo. Embora portador do pecado original, ainda
não tem o pecado experimental. Dizemos, por isso, que a criança está na “idade
da inocência”, fase em que se acha amparada pela graça de Deus, pois conforme
Atos 17.30, “não levou Deus em conta os tempos da ignorância” (ARA). Se ela vier
a morrer ainda nesse estado, irá para o céu — não porque não peca, mas porque a
graça divina lhe dá cobertura. Todavia, a partir do momento em que passa a
distinguir entre o bem e o mal, torna-se culpada de seus erros e enquadra-se no
restante do versículo: “[...] agora, porém, notifica aos homens que todos, em
toda parte, se arrependam” (At 17.30, ARA). A pergunta mais frequente ao
tratarmos deste assunto é: Quando a
criança está apta a fazer tal distinção? Existe uma idade determinada? A
resposta é não. Algumas crianças evoluem mentalmente mais cedo; outras demoram
mais. Não se pode prever quando uma criança terá consciência do certo e do
errado.
Entretanto,
temos observado sinais de rebeldia e agressividade em crianças bem pequenas
ainda. Quem já não viu um pequerrucho enfrentar a mãe com a mãozinha levantada?
Ou atacar o amiguinho com chutes e mordidas? Ainda rimos de nosso neto Filipe,
que, com um ano e meio, ao ser contrariado pela mãe, atirou longe um carrinho
de minha coleção e ficou esbravejando: “Vovozinho tisti! Vovozinho tisti!” A
sua intenção era clara: se a mãe não lhe permitisse fazer o que queria, ele
faria algo para deixar triste o avô. Noutra ocasião, ele foi mais longe: rasgou
e jogou ao chão o desenho que pintara na Escola Dominical, gritando: “Papai do
Céu tisti!” Ah, pecadorzinho de nascença!
Mas como saber
se o pequenino que assim procede está apenas expressando seus sentimentos, sem
intenção maléfica, ou se tem consciência de que está sendo mau? Uma das
evidências mais claras de que a criança já faz distinção entre o certo e o
errado é quando ela começa a ocultar dos pais os seus atos. Com apenas três
anos, a nossa pequena Karen levava beliscões do irmão, fazendo carinha de anjo
— quando estávamos por perto. Mal virávamos as costas, porém, ela revidava com
tapas e puxões de cabelo.
Nosso dever,
portanto, é encaminhar nossos filhinhos a Jesus o mais cedo possível, pois se
um deles, conhecedor do bem e do mal, morrer sem que haja recebido Cristo como
Salvador, estará partindo sem salvação.
IV. A INFÂNCIA É SOLO PROPÍCIO
“E Jesus,
chamando uma criança, a pôs no meio deles e disse: Em verdade vos digo que, se
não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis
no Reino dos céus” (Mt 18.2,3). Por que o adulto deveria tornar-se como criança
para ser salvo? Não seria por que o coração infantil é terra virgem e fértil,
livre de pedregulhos e ervas daninhas? É solo propício ao plantio.
1. A sensibilidade e a humildade infantis.
Ao contrário do adulto, que tem o coração calejado, endurecido pelo engano do
pecado (Hb 3.13), a criança é sensível. Seus olhos e ouvidos estão mais atentos
às coisas espirituais que os de um adulto envolvido com as lides deste mundo.
Minha esposa já viu crianças derramando lágrimas enquanto lhes expunha o plano
da salvação. Elas sentem mais facilmente a sua condição de pecadora e
comovem-se com o gesto redentor de Cristo. E em sua humildade, não se
envergonham de reconhecer os próprios pecados, confessar-se pecadoras e abraçar
a salvação oferecida pelo Papai do Céu em Cristo Jesus.
2. A confiança infantil. Naturalmente
crédula, a criança acredita com facilidade naquilo que lhe ensinamos.
(Portanto, cuidado: não ensinemos nada que precise ser desacreditado mais
tarde, ou ela perderá a confiança em nós.) Em Romanos 10.10, lemos: “[...] com
o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação”. É assim que a criança crê — com
o coração, não apenas com o intelecto.
Lembro-me de
quando fomos visitar um vizinho enfermo. Levamos-lhe uma Bíblia e falamos-lhe
de Jesus, o único caminho para o céu. Oh, quantos argumentos filosóficos e
mediúnicos tivemos de ouvir! Doeu-nos o coração ver aquele pobre homem,
temeroso de enfrentar a morte, preocupado em reunir méritos para apresentar-se
perante Deus, quando seria tão fácil e simples crer em Jesus Cristo e aceitar a
salvação pelos méritos dEle! Uma criança não teria essa dificuldade, porque o
seu coração ainda é livre das doutrinas falsas, sedimentadas ao longo de uma
existência. Por isso ela crê facilmente no Filho de Deus, e o recebe sem
questionamentos.
3. A liberdade infantil. Quem já não
ouviu um adulto queixar-se: “Gostaria de ser crente, mas não consigo deixar o
vício”? Quem já não viu adultos comoverem-se com a mensagem da cruz, reconhecerem
sua necessidade de salvação, mas não terem coragem de dar um passo para Cristo,
por causa de sua situação matrimonial ilegal? Não que Deus não os recebesse; ao
contrário, Deus está pronto a salvar aqueles que se lhe achegam (At 2.21).
Todavia, a própria pessoa está tão enleada em caminhos tortuosos que não se
decide a sair deles. Outros não vêm a Cristo porque temem ser rejeitados em seu
círculo social. A criança está livre desses embaraços que estorvam a conversão
do adulto.
V. ONDE EVANGELIZAR CRIANÇAS
A evangelização
infantil pode ser feita em qualquer lugar onde haja crianças. Podemos
alcançá-las promovendo eventos que reúnam milhares delas, ou pessoalmente, onde
quer que se encontrem. Na rua, no ônibus, em ambientes fechados ou ao ar livre,
a criança está sempre pronta a ouvir a maravilhosa história do amor de Deus.
1. No lar. Conforme enfatizado no
capítulo 10, o lar é o primeiro e mais importante campo evangelístico, onde os
pais devem, o quanto antes, levar ao Salvador cada um de seus filhos. Esta é
uma grande responsabilidade e um glorioso privilégio.
2. Na igreja. Os pequeninos podem ser
evangelizados em trabalhos específicos, como as Escolas Bíblicas de Férias, os
cultos infantis e as classes da Escola Dominical apropriadas à sua faixa etária.
Todos esses trabalhos reúnem crianças com o objetivo de evangelizá-las e
admoestá-las na Palavra. Entretanto, o mais eficaz desses trabalhos é a Escola
Dominical. Ela acontece todas as semanas, evitando que o professor perca de
vista as suas crianças. Como bem definiu o Pr. Antônio Gilberto, a Escola
Dominical é a maior agência ganhadora de almas do Reino de Deus. E é no
Departamento Infantil que vemos mais acentuada essa característica. O bom
professor não descuida do fato de que, em sua classe, há dois tipos de aluno: o
salvo e o não salvo — o que já se decidiu por Cristo e o que é apenas filho de
crente. Ele sabe que o ensino bíblico ministrado às crianças tem como
finalidade primordial salvar-lhes a alma e, então, fazê-las crescer na graça e
no conhecimento de Deus. Por isso, o professor fiel sempre incluirá em suas
lições o plano da salvação e o convite para receber Cristo.
Contudo, além
das atividades específicas às crianças, os pastores não devem esquecer-se delas
nas outras reuniões da igreja. Por mais que pareçam buliçosas no banco ou
desatentas no colo da mãe, elas estão ouvindo e aprendendo, seja pela pregação
da Palavra, seja através dos cânticos. O pastor que ama Jesus sempre se
dirigirá ao coração dos cordeirinhos, a quem Ele mandou apascentar (Jo 21.15)
3. Nas escolas e creches. Há poucos
anos, tínhamos, em nosso país, a liberdade de anunciar o evangelho em escolas e
creches, por meio das “aulas de religião”. Era possível, tratando-se
previamente com a direção escolar, fixar um dia na semana para uma aula
bíblica. Ouso dizer que milhares de crianças foram livradas do inferno por
cristãos amorosos que se dispuseram a dedicar parte de seu tempo e de seus
talentos, trazendo-as a Jesus. Esses piedosos irmãos souberam aproveitar a
janela da oportunidade.
Hoje,
infelizmente, em nome da “liberdade religiosa”, esse campo evangelístico
praticamente deixou de existir. Mas ainda há diretores que resistem às
imposições da chamada “pátria educadora” e, se não promovem abertamente o
ensino bíblico em suas escolas, ao menos fazem vista grossa aos professores que
se dispõem a semear a boa semente. Conhecemos professoras valentes que, com
sabedoria e respeito, ministram, junto com o ensino secular, preciosas doses da
verdade divina. Uma delas, por exemplo, apresentou à sua classe de Jardim de
Infância o plano da salvação através das cores do Livro sem Palavras.
Questionada pela diretora, não titubeou: “Estamos trabalhando as cores,
senhora”. A diretora limitou-se a sorrir e menear a cabeça.
Que Deus
abençoe essas corajosas evangelistas e lhes faça bem, como o fez às parteiras
hebreias, que livraram da morte os bebês israelitas.
E que Deus nos
acorde e nos desembarace para que tenhamos nossas próprias escolas, onde não
apenas as nossas crianças estariam abrigadas da doutrinação do mal, como outros
pequeninos poderiam ser alcançados para Jesus.
4. Orfanatos e hospitais. Visitas a
orfanatos, acompanhadas de doações materiais, ou programações recreativas, são
outra forma de alcançar crianças que, talvez, jamais venham a frequentar uma
igreja ou ouvir falar do Salvador. Nos hospitais, em uma visita rápida e bem
planejada, é possível apresentar Jesus a crianças que estão sofrendo e, assim,
impedir que partam deste mundo sem salvação. Além do mais, poderemos orar,
rogando ao Pai que, se for da sua vontade, cure-as de suas enfermidades.
Lembramos que
essas visitas só podem ser feitas com permissão dos responsáveis.
Conclusão
O problema da
alma infantil é o mesmo da alma adulta: o pecado que a separa de Deus. O
caminho da salvação para ela é o mesmo apontado a todo pecador: Jesus Cristo, o
Filho de Deus, morto em nosso lugar e ressurreto dos mortos (1 Co 15.3,4). E
quem a convencerá de seu pecado e operará nela o novo nascimento é o mesmo
Espírito Santo que age nos corações adultos.
No entanto, a
exemplo de Jesus, que tinha uma fala especial a cada grupo de ouvintes,
poderemos chegar mais facilmente ao coração infantil se empregarmos uma
linguagem simples e clara, à altura de sua compreensão. Além disso, contamos
com recursos didáticos criativos e eficazes na comunicação do evangelho aos
pequeninos. A CPAD dispõe de amplo material evangelístico infantil, desde
histórias ilustradas a folhetos, que podem ser usados no evangelismo pessoal
quanto no coletivo.
Semeemos a boa
semente nos corações infantis, antes que o mal seja neles disseminado, e ela
terá maior probabilidade de germinar e frutificar para Deus.
Autor:
Claudionor de Andrade
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