A academia
pós-moderna é um edifício majestoso e belo, mas construído a partir da
incerteza. Desorientada em meio a tantas monografias e teses, ninguém, ali,
logra afirmar coisa alguma. Ela abre a boca às perguntas, mas cerra os ouvidos
às respostas. Seus membros abominam fechar as questões mais comesinhas e tolas.
Altivos e arrogantes, alegam que ninguém pode ter certeza de nada. Tal
alegação, porém, é autodestrutiva. Se ninguém pode ter certeza de nada, como
podem ter certeza de que a incerteza é tudo?
Quando nos
refugiamos no evangelho de Cristo, pomo-nos a trilhar o caminho da fé. Vendo já
o invisível, ela gera convicções e demonstra, cabalmente, que existem, sim,
verdades absolutas. Eis porque há um grande abismo entre a incerteza acadêmica
e a certeza evangélica. Tão largo e profundo é esse abismo que só pode ser
transposto pela cruz do Cordeiro de Deus.
A intenção
deste capítulo não é desconstruir a academia. Mas, alicerçado na Bíblia
Sagrada, mostrar a possibilidade de se reconstruir vidas que se acham
arruinadas pela velha mentira de Satanás. Comecemos, pois, mostrando a origem e
a utilidade da academia.
I. A ORIGEM DO MUNDO ACADÊMICO
A academia, em
si, não é deletéria nem letal à verdadeira fé. Desde o início da História, vem
ela prestando relevantes serviços à humanidade. Ela gera conhecimentos, produz
metodologias e referenda descobertas e invenções. No entanto, o Diabo, o pai
das mentiras mais sutis e das inverdades mais delicadas, tudo faz por
imiscuir-se em seu ambiente, visando torcer-lhe os resultados e conclusões.
1. Uma definição certa. A palavra
“academia” provém do vocábulo grego akadémeia, que, por seu turno, lembra a escola de
filosofia que Platão fundou em Atenas, em 387 a.C., junto a um jardim dedicado
a Academo, uma das muitas divindades da Grécia. Ali, o pensador grego reunia os
pupilos para ensiná-los a pensar de forma metódica, sistemática e produtiva.
2. Preservação do conhecimento humano.
A partir de então, academias surgiram em várias partes do mundo. No século 15,
Pompônio Leto fundou a Academia Romana, que, além da filosofia, dedicava-se ao
estudo das ciências, das artes, da arqueologia e da gramática. Assim, elas
vieram a assumir um papel referencial na definição do conhecimento humano. Sua
palavra era suficiente para esclarecer dúvidas, fundamentar certezas e iluminar
os que iam e vinham em busca do verdadeiro saber.
Hoje, as
academias são mais específicas. Esta se dedica à História; aquela, às Artes;
aqueloutra, à Filosofia; e, ainda esta, às Letras. Cada uma se consagra-se à
preservação de uma área particular do conhecimento humano.
3. A postura agnóstica da academia.
Criado pelo romancista americano Dan Brown, o professor Robert Langdon é um
retrato fiel do acadêmico pós-moderno. A certa altura do filme Anjos e
Demónios, o professor de Harvard é questionado, por um funcionário do Vaticano,
quanto à existência de Deus. O intrigante Langdon, uma espécie de alter ego de
Brown, responde de maneira orgulhosa e furtiva que, enquanto acadêmico, não
havia sido preparado a responder àquela pergunta.
A resposta de
Langdon é um reflexo da academia, que, indiferente a Deus, faz-se hostil ao
evangelho. Jesus Cristo, contudo, tem de ser apregoado nesse ambiente
inamistoso e influenciado por Satanás. Nossa tarefa, repito, não é destruir a academia,
mas usá-la como instrumento à expansão do Reino de Deus.
II. JERUSALÉM VERSUS ATENAS
Tertuliano
(160-220), considerado o pai da teologia cristã ocidental, fez uma declaração
que realça a superioridade da fé evangélica em relação à filosofia grega.
Exaltando a força do evangelho, afirmou: “O que tem Jerusalém a ver com
Atenas?”. Vejamos, pois, em que consistem o conhecimento de Atenas e a
sabedoria de Jerusalém.
1. Atenas, a capital da filosofia. Atenas
foi a mais importante cidade da Grécia Clássica. Sua idade áurea situa-se
entre 500 e 300 a.C., período em que floresceram as artes, as ciências e,
principalmente, a filosofia. Se Esparta era a metrópole da guerra e da
conquista territorial, Atenas destacava-se por outro motivo. Ela era a cidade
de Sócrates, de Platão e do estagirita Aristóteles. Seu alvo não era a
hegemonia territorial, mas o alargamento das fronteiras intelectuais.
Atenas era a
cidade do homem natural. Em seus termos, a religião, embora ainda forte e
influente, já não conseguia satisfazer as necessidades de um povo que
idolatrava a razão e endeusava a cultura. Nesse sentido, o homem ateniense era
um perfeito reflexo da deusa a quem elegera como padroeira. Protegendo as artes
e as ciências, Atenas era também a senhora do conhecimento.
O povo
ateniense, porém, jamais logrou a paz em suas conquistas intelectuais. Por essa
razão, acabaria por eleger o Deus Desconhecido, a quem consagraria um vistoso
altar, como a sua derradeira esperança. Se fôssemos acrescentar mais alguma
coisa sobre Atenas, diríamos que a cidade toda era uma grande e orgulhosa
academia. Não obstante, quando da visita de Paulo ao Areópago, viu-se impotente
para compreender a beleza e a veracidade da ressurreição de Cristo.
2. Jerusalém, a cidade da paz e da
verdadeira sabedoria. Apesar dos conflitos que enfrentou ao longo de sua
história, Jerusalém é conhecida como a Cidade da Paz. Mas poderia ser
considerada, também, o berço do verdadeiro conhecimento, pois as Sagradas
Escrituras têm-na como a sua referência máxima. Foi na mais amada das
metrópoles, que Deus se manifestou plenamente a Israel, intimando-o a educar o
mundo no conhecimento divino, conforme destaca o profeta Miqueias:
Mas, nos
últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no
cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e concorrerão a ele os povos. E
irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à Casa do
Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas
veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. (Mq
4.1,2)
Quanto mais o
tempo passa, mais vai Jerusalém adquirindo importância espiritual, cultural e
política perante o mundo. Nenhuma outra cidade é tão relevante quanto a capital
de Israel. No auge da História, segundo a profecia, as nações correrão à morada
da paz, pois assim se traduz o seu nome, em busca do verdadeiro conhecimento.
Ao contrário de Atenas, cuja sabedoria não passava, às vezes, de especulação
estéril e vazia, Jerusalém educará os povos, conduzindo-os à verdadeira paz.
Pontificando o governo do Messias de Israel e Salvador do mundo, escreve ainda
Miqueias:
E julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui longe;
e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação
não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Mas
assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não
haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse. (Mq
4.3,4).
O conhecimento
emanado de Jerusalém resulta em redenções de vidas. É por isso que a Bíblia
Sagrada é o livro mais lido, mais pesquisado e mais debatido. Nenhuma outra
literatura, mesmo as que se presumem sagradas, exerce uma influência tão
poderosa na vida do mundo.
Foi de
Jerusalém que saiu o evangelho de Cristo, que, não se limitando a lançar as
bases do mundo atual, vem redimindo milhões de pessoas ao redor do planeta.
Portanto, não há o que se comparar. Atenas, embora haja ensinado o mundo a
pensar, não logrou redimir nem a si mesma. Quanto a Jerusalém, proporcionou a
mensagem que ensina o homem não somente a pensar corretamente, mas também a
agir com piedade, ética e amor. O evangelho de Cristo é inigualável. Por essa
razão, indaga Tertuliano: “O que Jerusalém tem a ver com Atenas?”.
III. JOSÉ, O PRIMEIRO ACADÊMICO DE DEUS
Deus não
abomina as academias, nem odeia os intelectuais; entre seus profetas e
servidores, há notáveis acadêmicos. Neste tópico, destacaremos José, filho de
Jacó, que, arrebatado de um ambiente campesino, viria a governar o Império do
Egito e, de forma tão providencial, salvar do extermínio a nação israelita.
1. O aprendizado teológico de José. Em
companhia de seu pai, Jacó, aprendeu José a relacionar-se com o Deus Único e
Verdadeiro. Naquele descampado imenso, veio a entender que o Altíssimo não se
esconde em sua transcendência, mas revela-se amorosamente em sua imanência. Eis
por que o Criador é conhecido, entre as nações, como o Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó.
Sem aquele
curso teológico informal, o jovem hebreu jamais poderia governar um império tão
vasto e tão complexo como o egípcio. Isso significa que a academia, na vida de
nossos filhos e netos, tem de ser precedida pela capela familiar. Doutra forma,
serão subvertidos pela cultura mundana. Já devidamente preparado
espiritualmente por Jacó, foi José conduzido por Deus ao Egito.
2. O aprendizado na casa de Potifar. As
escolas pelas quais José passou eram tão informais quanto o estilo de vida dos
hebreus. Não obstante, proporcionaram-lhe uma sólida formação humana,
literária, econômica, política e, acima de tudo, espiritual. Interpretando
teologicamente suas tribulações e agruras, ele sabia que fora subtraído à casa
paterna por um motivo soberano. Por isso, aproveitou cada prova e provação, a
fim de graduar-se no serviço divino.
Na casa de
Potifar, aprende um novo idioma, o demótico. E, consagrando-se aos afazeres
daquela grande propriedade, inteira-se rapidamente do sistema econômico e
financeiro do Egito. Ao buscar a excelência em tudo o que fazia, torna-se um
grande administrador (Gn 39.5).
Mas, ali,
aprenderia também o valor de uma vida incorruptível e santa. Tentado por sua
senhora, manteve-se fiel ao Senhor. Ele sabia que, se viesse a ceder aos
encantos daquela mulher, a sua carreira terminaria como a dos outros escravos
que o antecederam. Infelizmente, a academia pós-moderna nenhum valor dá à ética
e à moral. Eis porque o nosso país encontra-se numa situação tão calamitosa.
Potifar bem que
poderia ter executado a José. No entanto, contentou-se em mandá-lo à prisão
real, pois sabia que um jovem como aquele não se deixaria corromper nem pelo
sexo, nem pelo dinheiro, ou pela vanglória do poder.
3. O doutorado na prisão. A um jovem a
quem Deus destinara a governança do Egito, não havia academia mais adequada do
que a prisão real. Ali, teria oportunidade de aprender outro idioma: o
hierático, falado pelos sacerdotes e pela classe política. Assim, não demorou a
expressar-se fluentemente na nova língua. A essas alturas, sua educação literária
já estava completa.
No cárcere,
aprenderia também o funcionamento do Estado egípcio. Cada encarcerado era-lhe
um professor. Ali, atrás daquelas grades, concentrava-se a nata política e
cultural da corte faraônica. Com este preso, aprendia economia. Com aquele,
diplomacia e política. Com aqueloutro, história e ciência. E, com o padeiro e o
copeiro mores, aprende a lidar com um rei divinizado e cheio de caprichos e
arbítrios.
Foi assim que
Deus capacitou o jovem hebreu a governar a nação mais poderosa da terra naquele
tempo. Que ele tinha um sonho, todos o sabiam. Mas entre o sonho e a sua
realização, há que se ter muita disciplina, estudo, trabalho e oração. Se os
nossos jovens se espelharem em José, filho de Jacó, teremos grandes e poderosos
arautos de Cristo nas mais elevadas e nevrálgicas esferas da sociedade.
IV. DANIEL, O ACADÊMICO POR EXCELÊNCIA
Na biografia de
Daniel, temos a destacar dois fatos muito importantes. Se, por um lado, Deus
entregou Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor, por outro, entregou Nabucodonosor
nas mãos de um dos mais ilustres filhos de Jerusalém. Educado na academia
babilônica, Daniel transformou-a por meio do conhecimento divino. Dessa forma,
conduziu o rei da Babilônia ao Deus Único e Verdadeiro.
1. Na academia da Babilônia. Por volta
do ano 606 a.C., Nabucodonosor sitia Jerusalém, e leva cativa à Babilônia a
elite da sociedade judaica. Entre os prisioneiros, achavam-se os jovens Daniel,
Hananias, Misael e Azarias (Dn 1.6). Eles já eram notáveis por sua educação,
cultura e distinção pessoal. E, pelo que se depreende do texto sagrado, já
tinham cursado a academia de Jerusalém, onde haviam sido instruídos na Palavra
de Deus.
Constrangidos a
frequentar a academia babilônica, tinham ao seu dispor uma série de regalias e
confortos. Com sabedoria e graça, porém, recusaram as iguarias reais,
preferindo alimentar-se de legumes e água, pois haviam proposto, em seu
coração, permanecer fiéis ao Deus de Israel (Dn 1.8). Em virtude de sua
fidelidade, o Senhor abençoou-os de tal forma que acabaram por sobressair em
todas as áreas de sua vida. Eles tinham como divisa a excelência divina.
2. A excelência do testemunho. Os
funcionários da corte não demoraram a perceber que Daniel e seus companheiros
não eram como os demais jovens que frequentavam a Universidade de Babilônia.
Mesmo optando por uma dieta frugal e modesta, foram avaliados como mais
saudáveis do que os outros (Dn 1.15,16). Mesmo sem emitir uma única palavra
sobre o Deus de Israel, levaram seus tutores a compreender que, de fato, o Deus
dos hebreus achava-se sobre todos os povos.
Que os
universitários cristãos iniciem o seu testemunho público por meio de uma vida
santa e irrepreensível. Estarão, dessa forma, a evangelizar seus colegas e
mestres, evidenciando atitudes cristãs em todas as instâncias do campus. A eloquência de um testemunho
não se encontra na força ou na beleza das palavras; acha-se na formosura de um
viver que, mesmo emudecido, fala e convence pela santíssima fé ressaltada em
obras boas e meritórias.
Universitário
evangélico, não se entregue às filosofias mundanas, ao ativismo inconsequente e
anticristão, ao sexo pecaminoso e às drogas. Diante do politicamente correto,
não tema optar pela vontade de Deus.
3. A excelência da vida acadêmica. O
testemunho excelente de Daniel e seus três companheiros não ficou restrito à
conduta pessoal; ressaltou-se ainda nas atividades acadêmicas. No final do
curso, foram todos aprovados com louvor máximo, conforme registra o autor
sagrado:
Ora, a esses
quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e
sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos. E, ao fim dos
dias em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe
diante de Nabucodonosor. E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram
achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso,
permaneceram diante do rei. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência,
sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos
os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino. (Dn 1.17-20).
Na avaliação
dos jovens, tomou parte o próprio rei que, internacionalista e detentor de um
vasto saber, ficou admirado do conhecimento e da sabedoria dos jovens hebreus.
A partir daquele momento, Nabucodonosor começa a perceber que o êxito daqueles
rapazes ia além dos limites humanos; era algo que só os céus podiam explicar.
Na
universidade, que o jovem cristão evangelize também com suas notas e conquistas
acadêmicas. Nas monografias e teses, seja verdadeiro e não abjure a sua fé.
Fuja do politicamente correto. Não faça o jogo dos professores que,
aprisionados pelas esquerdas extremas e ateias, põem-se contra Deus e a sua
palavra. Por isso, redija com excelência cada trabalho.
Pesquise com
esmero. Evite o plágio. Seja autêntico em cada palavra, frase e parágrafo. Sua
oração deve permear todas as suas atividades acadêmicas.
4. A excelência profissional. Já
engajados na Academia da Babilônia, Daniel e seus três companheiros dão início
à sua vida profissional, misturados aos outros sábios do império. Todavia, uma
crise estava para ser deflagrada, que os levaria a se destacar como servidores,
não de um rei, mas do Rei dos reis e Senhor dos senhores. O testemunho cristão
não teme as crises. Antes, tem-nas como oportunidade para pontificar o
conhecimento divino em todas as instâncias da vida particular e pública.
No segundo ano
de seu reinado, Nabucodonosor teve um sonho acerca dos últimos dias da
História. Ele adormeceu preocupado com o seu império, e despertou com uma visão
acerca do Reino de Deus. Quem se angustiava por entender os movimentos cíclicos
na história de Babilônia, agora, entra em crise por ver a linearidade da
História Sagrada resultar no domínio do Deus de Israel sobre todas as coisas.
Como nenhum de
seus sábios fosse capaz de evocar-lhe o sonho, ou de interpretá-lo, o rei
ordenou o extermínio de toda a Academia da Babilônia. Daniel, então, convoca
seus companheiros, para que roguem o socorro divino. O profeta, recebendo a
revelação do Deus de Israel, mostra a Nabucodonosor o que há de acontecer, no
mundo, nos derradeiros dias da História. No preâmbulo de sua exposição, o jovem
hebreu apresenta ao rei uma proposição teológica que, apesar de simples,
deitava por terra todo o panteão daquela cidade idólatra e entregue aos
demônios: “Mas há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois, fez
saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias” (Dn 2.28).
A partir
daquele momento, Daniel passa a mentorear espiritualmente o rei, levando-o a
reconhecer que somente o Senhor é Deus. Eis o que o próprio Nabucodonosor
confessa acerca de seu encontro com o Deus de Israel: “Agora, pois, eu,
Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as
suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que
andam na soberba” (Dn 4.37).
Muito pode
fazer um acadêmico nas mãos de Deus. Por meio de seu trabalho sincero, levará o
testemunho de Jesus Cristo aos escalões mais altos da sociedade e do governo.
Afinal, somos instados pelo Senhor a proclamar o evangelho a todas as
criaturas, inclusive aos ricos e poderosos.
V. O TESTEMUNHO
DE DANIEL ENTRE OS POLÍTICOS
Daniel já era
um ancião, quando Belsazar convocou-o a ler o escrito divino na parede de seu
palácio. Desprezando as honrarias e presentes que o rei lhe oferecia, o
profeta, fugindo ao politicamente correto, interpretou-lhe a sentença,
indicando-lhe o fim de seu império. Neste momento, o Senhor requer de nossos
homens públicos que ajam com a mesma isenção e coragem.
1. Daniel, o político. Deus não precisa
de políticos meramente profissionais. O que Ele requer são testemunhas fiéis,
que atuem nas diversas esferas de poder, a fim de que o evangelho não fique
apenas no sopé da pirâmide, mas que venha alcançar o topo mais inatingível. Por
esse motivo, deve o político cristão, vocacionado para esse mister, agir como
porta-voz de Cristo ante os poderosos deste mundo.
A política, em
si, não é um mal; de seus ofícios, todos carecemos. Sem ela, a vida em
sociedade seria impossível, uma vez que a sua finalidade é a promoção do bem
comum. Além do mais, não são poucos os servos de Deus, quer no Antigo, quer em
o Novo Testamento, que atuaram politicamente. Um dos exemplos mais notáveis é o
próprio Daniel.
2. Os atributos de um político cristão.
Tendo como espelho a vida pública de Daniel, apontaremos alguns atributos, sem
os quais o político cristão não poderá servir como testemunha de Jesus. Se
Deus, de fato, o chamou à vida pública, você não terá dificuldade alguma para
agir com isenção, incorruptibilidade e coragem.
Chamado à
presença de Belsazar, agiu Daniel com isenção e prudência. Embora honrasse o
rei, não lhe faltou com a verdade. Sua palavra não tinha dois pesos, nem duas
medidas. Com a mesma franqueza que exortava os pequenos, repreendia os grandes.
Se com os fracos mostrava-se forte, com os fortes erguia-se ousadamente. Em
momento algum, faltou com o devido respeito.
Diante dos
presentes e honrarias que lhe oferecia o rei, Daniel mostrou-se íntegro e
incorruptível: “As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro;
todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação” (Dn 5.17).
Afinal, por que receberia ele dádivas ou honrarias? Não se deixando corromper,
dá um testemunho público da justiça do Deus de Israel.
Que os nossos
políticos espelhem-se em Daniel, e não se deixem seduzir quer pelo ouro, quer
pelas honrarias mundanas. Lembre-se: mais cedo ou mais tarde, Deus trará todas
as coisas à luz.
Por fim, Daniel
agiu corajosamente. Diante de um rei pasmo, lê e interpreta a escritura divina
estampada na parede. Naquela mesma noite, o Império de Babilônia cai ante os
medos e persas. Quanto ao profeta, ainda serviria a dois outros monarcas até
que, ditosamente, fosse recolhido ao descanso eterno.
Conclusão
Instruamos
nossos filhos e netos a servirem a Cristo no campus universitário. O desafio não é pequeno, mas os resultados
hão de ser grandes e compensadores ao Reino de Deus. Que eles demonstrem aos
sábios deste mundo que somente a mensagem da cruz é capaz de redimir tanto o
individuo quanto a sociedade.
No que tange
aos nossos políticos, que eles se mantenham fiéis à ética cristã e jamais
negociem a sua integridade nem a santíssima fé. No momento em que escrevo estas
linhas, o Brasil é transtornado pelo maior escândalo de sua história. Homens
que deveriam ser o exemplo à sociedade já não servem como referencial às novas
gerações. Mas graças a Deus pelos homens públicos que, colocando o evangelho
acima de todas as coisas, encorajam-se a prestar excelente confissão de sua
crença em Jesus Cristo.
Autor:
Claudionor de Andrade
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