Israel saiu do
Egito e iniciou a caminhada no deserto, a qual duraria quarenta anos. Seria
preciso construir um espaço desmontável para o povo cultuar a Deus. O Senhor,
então, entregou o modelo arquitetônico do Tabernáculo e dos utensílios, bem
como dos tipos das vestes e adereços sacerdotais a Moisés, no Monte Sinai, e,
além disso, indicou quem deveria ter a responsabilidade pela realização da
obra. Seriam duas pessoas cheias do Espírito: Bezalel e Aoliabe. O primeiro
seria o chefe, o outro trabalharia como ajudante (Ex 35.30,31,34).
Bezalel era um
homem talentoso. O Senhor o escolheu como líder. Entretanto, ele precisava de
um companheiro fiel, alguém que soubesse trabalhar em equipe, sendo, porém, o
segundo na hierarquia. O Altíssimo chamou para tal função Aoliabe, cujo nome
significa “tenda do meu pai”. Ele era um consolo para sua família e também um
ponto de apoio para todos. Foi por isso que o Criador o selecionou. As
características dele poderiam ser identificadas, igualmente, pelo significado
do nome de seu pai: “irmão de apoio”, denotando o tipo de formação que Aoliabe
recebeu. Ele foi treinado para ser um sustentáculo para os outros. O nome
Bezalel sempre é citado em primeiro lugar, e houve uma ocasião, na Bíblia, em
que o nome de Aoliabe foi até esquecido (2 Cr 1.5)!
Aoliabe
trabalhou arduamente, servindo como uma “tenda” e um “apoio” para seu líder
Bezalel. O resultado, então, foi magnífico. Quando a obra foi concluída, diz a
Bíblia: “Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR
encheu o tabernáculo, de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da
congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o
tabernáculo". (Êx 40.34,35).
Lamentavelmente,
muitas pessoas, diferentemente de Aoliabe, fazem questão de ser o “número um”.
Lutam por isso, estabelecendo tal meta como o seu ideal de vida. Só assumem
determinados compromissos se estiverem sozinhas no topo. Essas pessoas buscam o
reconhecimento, o aplauso, o elogio. Só isso. Vaidade de vaidades. Não querem servir,
querem ser servidas. Não entenderam a Lei de Cristo. Entretanto, graças a Deus,
há outras pessoas que, mesmo sendo coadjuvantes aos olhos dos homens,
apresentam-se para servir com alegria. Entendem a bênção de ser o “número
dois”.
Ora, o líder
sempre fica com a maior responsabilidade. As expectativas, as cobranças pelos
resultados, as críticas, geralmente recaem sobre ele, sufocando-o. O
coadjuvante, por outro lado, tem menos estresse, as cobranças são brandas, as
expectativas são menores, as críticas menos ácidas. Ele está mais livre para
agir. E menos fiscalizado. Tal posição, portanto, é um presente do Altíssimo.
Na Bíblia,
encontramos muitas pessoas que foram levantadas para servir em posições de
menor destaque. Eles, porém, eram heróis da fé para Deus. Aparecem nesta lista:
Josué, servo de Moisés; Eliseu, ajudante de Elias; Misael, Ananias e Azarias,
subordinados de Daniel; Silas, cooperador de Paulo, dentre outros.
Por que fazer
questão de ser o primeiro, se o segundo, utilizando menos energia, pode ter os
mesmos resultados, ou até mais, que o primeiro? As pessoas podem realizar
coisas impressionantes ao não se importarem com quem ficará o crédito. Exemplos
dessas situações, no relato bíblico, são abundantes. Jacó era o "número
dois”, e Esaú o “número um”; contudo, para o Eterno, era o contrário. A mesma
coisa aconteceu entre Caim e Abel, Manassés e Efraim, Ismael e Isaque, Raquel e
Léia, dentre outros.
Para pessoas
vocacionadas por Deus, como Aoliabe, as glórias pessoais (títulos, honrarias,
posições, elogios) não são fundamentais, porém apenas a Glória do Senhor. Ser o
"número dois" constitui-se mero detalhe. O importante é fazer a obra
do Altíssimo e ter a aprovação dos Céus.
O Eterno formou
a esposa para ser a “número dois” no quesito liderança no seio familiar. Ela
foi constituída adjutora, para fins de liderança, não de importância, ainda no
Éden. É lindo o projeto do Criador. Porém, este projeto foi perversamente
deturpado ao longo do tempo. A primeira deturpação, bastante antiga, diz respeito
à desvalorização da mulher na sociedade. Em algumas culturas, inclusive até os
dias atuais, a mulher é considerada pessoa de segunda classe, “coisa” (res, do
latim), propriedade do homem. Isso é uma ideia irracional e abominável. O
Criador fez homem e mulher iguais em direitos e deveres. No outro extremo, está
o movimento feminista ortodoxo, o qual emergiu com força total em 1963, a
partir da publicação do livro “A Mística Feminina”, da psicóloga americana
Betty Friedan (1921-2006), alardeando que a mulher poderia ser feliz sem um
marido, devendo, primeiramente, cuidar de sua vida profissional e, quando
chegasse à meia idade, pensaria em ter filhos ou não. Ela procurava, em suma,
demonstrar que a mulher não precisava ser a “número dois” na família.
A escritora
americana Camille Paglia, atualmente com 68 anos (1947-), ex-professora da
Universidade das Artes, na Filadélfia, EUA, e autora do livro “Personas
Sexuais”, é uma dissidente do movimento feminista radical, por entender que é
prejudicial à sociedade, às famílias e, também, às mulheres. Ela concedeu uma
entrevista à revista "Veja” e, se manifestou fortemente, conforme se vê:
“Achar que as
mulheres profissionalmente bem-sucedidas são o ponto máximo da raça humana é
ridículo. Vejo tantas delas sem filhos porque acreditaram que podiam ter tudo:
ser bem-sucedidas e mães aos 40 anos. Minha geração inteira deu de cara com a
parede. Quando chegarmos aos 70, 80 anos, acredito que a felicidade não estará
com as ricas e poderosas, mas com as mulheres de classe média que conseguiram
produzir grandes famílias".
É interessante
como a professora Camille Paglia reconheceu a felicidade, que não é
condicionada à realização profissional e patrimonial feminina, e sim em que a
mulher cumpra o papel estabelecido pelo Senhor, para, porventura, construir uma
grande família. É impressionante como a maturidade traz consigo reflexões e
análises, alçando, muitas vezes, os valores mais caros da vida, outrora
desprezados, à categoria de imprescindíveis. Aliás, a própria Betty Friedan, a
“mola propulsora” do feminismo radical na década de 1960, antes de morrer aos
85 anos, desanimou-se de seu ímpeto original, tanto é que foi acusada por
militantes do movimento de ter abandonado seus ideais feministas.
Deus colocou a
mulher, honrosa e amorosamente, em papel secundário de liderança no lar, para
exercer com toda a força as funções que lhe são afetas, as quais fazem bem ao
seu coração e servem para a construção de famílias fortes e felizes. Diz a
Bíblia que está na mão da mulher edificar ou destruir sua casa.
O Senhor honrou
a mulher da mesma forma como dignificou a Aoliabe: deu-lhe um espaço de honra
para poder desenvolver todo o seu potencial (sem a pressão de ser a “número um”
na liderança) e estabilizar o maior projeto social de Deus para a humanidade.
Ela, com a intuição e percepção mais acuradas, além da sua moralidade superior
em relação ao homem, tem tudo para preparar para o Eterno um lindo lugar para
habitar: a família. A mãe de Lemuel teve uma visão bastante ampla do glorioso
papel da esposa e a transmitiu ao seu filho (Pv 31). Glória ao Senhor!
I. PRECEDENTES HISTÓRICOS
1. Amizade perigosa
As más
conversações corrompem os bons costumes, diz a Bíblia (1 Co 15.33). Uma amizade
perigosa sempre começa com um diálogo ingênuo, despretensioso, porém termina
com uma grande tristeza. Homens e mulheres, frequentemente, se envolvem com
pessoas inapropriadas. Está escrito que quem anda com os sábios será sábio,
“mas o companheiro dos tolos será afligido” (Pv 13.20). Assim, tendo em vista a
estrutura psíquica feminina, marcada pelas emoções, faz-se necessário que as
mulheres, principalmente, tenham muito cuidado para evitar amizades com pessoas
sagazes, maliciosas, parecidas com “serpentes” (gentis, empáticas, porém cheias
de veneno mortal). Não é sem causa, portanto, que a mulher é tentada,
sobretudo, pelo que ouve, e o homem pelo que vê. Uma boa conversa, como aquela
que a “serpente” teve com Eva, foi suficiente para, num momento, demover o
desejo de ser fiel a Deus. A “serpente” apresentou os benefícios emocionais
daquela ímpia empreitada: experimentar coisas extraordinárias, as quais só Deus
conhece. A mulher, curiosa para “adquirir” o novo produto, foi iludida e caiu,
levando seu amado marido para a ruína. E como o convenceu tão facilmente? Ê que,
como dizia o grande pregador Spurgeon: “o afeto possui mais potência do que a
eloquência”. Talvez, esse tenha sido o motivo de Adão ter cedido tão
rapidamente, sem sequer, ao que tudo indica, questionar a conduta de sua
esposa.
2. Insubmissão
Deus criou uma
auxiliadora, adjutora, para Adão. Assim, Eva já nasceu submissa!
Posteriormente, Deus disse: “E o teu desejo será para teu marido, e ele te
governará” (Gn 3.16). Observe que, no gênero humano (homem e mulher) não há
relação de subordinação, porém apenas entre a esposa e seu marido. Por isso,
Sara chamava Abraão de senhor (1 Pe 3.6); contudo, não tratava assim os
escravos de sua casa, ou os amigos. Esse assunto é abundante na Bíblia (Ef
5.22,25; Tt 2.4,6; 1 Pe3.1).
Deus,
realmente, é muito sábio. E tudo o que faz é bom. Eva, porém, agiu com
independência, não com submissão, como devia, em face de sua função como
adjutora, e ela sabia disso (Gn 2.18). Ela sequer conversou previamente com
Adão antes dc decidir sobre algo tão importante — o que demonstrou o engano da
autossuficiência. Na verdade, ela se achava sábia aos seus próprios olhos (Pv
26.12), por isso não sentiu a necessidade de aconselhamento. A insubmissão, no
aspecto mais amplo do termo, foi a mola motriz da sua decisão equivocada.
3. Decisão emocional
Como mencionado
anteriormente, a mulher é, em regra, bastante emocional, e isso pode ser
comprovado cientificamente. Analisando o cérebro feminino, os estudiosos
descobriram que ele possui 11% mais de neurônios que o cérebro masculino na
área de linguagem e audição, e que “o principal centro da memória, que armazena
inclusive a memória emocional, o hipocampo, também é maior nas mulheres”,
fazendo com que elas tenham facilidade em se tornarem mais empáticas e observar
as emoções contidas no tom de voz e nos gestos das outras pessoas, bem como
expressarem suas próprias emoções de forma física ou verbal e “lembrar detalhes
de eventos carregados de emoções”.
Identificado
isso, e sabendo que é no ponto fraco de cada pessoa que a tentação normalmente
chega, dá para entender o porquê de o Diabo ter travado um diálogo com Eva, no
qual ele não procurou apresentar elementos racionais, todavia somente
emocionais, e foi exatamente esse o aspecto final da Queda. Amizade indevida,
insubmissão à liderança do marido e decisão baseada em motivo eminentemente
emocional fizeram o arquétipo da derrota humana.
Esse padrão de
tentação se reproduz constantemente ao longo dos séculos, e é curioso como
homens e mulheres repetem os mesmos erros cometidos por Eva, milhares de vezes,
todos os dias, em todo o mundo, mesmo sabendo quão dramáticas consequências daí
sucederão!
A grande
questão é que a expectativa de prazer gerada pela iminência do pecado entorpece
a consciência. Em primeiro lugar, pelas circunstâncias. No caso de Eva, o
ambiente do Eden era propício.
II. A BRILHANTE ADJUTORA
1. Em relação a Deus
Como mencionado
no início deste capítulo, ser o “número dois” é uma bênção. Aoliabe foi o
subcoordenador dos trabalhos no Tabernáculo pela orientação do Senhor,
conseguindo um resultado extraordinário. Na família, também, a esposa assume
essa honrosa função coadjuvante, a qual não lhe foi tirada como consequência do
pecado. Tanto é assim que Deus disse, no ambiente da Queda, perante Satanás,
que a Semente da mulher (e somente dela) esmagaria sua cabeça (Gn 3.15). Deus,
com isso, declarou guerra no Éden entre a raça humana e Satanás (Ef 6.12), e
colocou a frágil mulher (1 Pe 3.7) no centro do conflito cósmico (Gn 3.15; Ap
12.13).
A mulher teve a
responsabilidade de trazer ao mundo a Semente que esmagou a cabeça da
“serpente”, recebendo, ademais, a função de conduzir sua casa à presença de
Deus.
2. Em relação ao marido
O marido é o
líder da mulher na família, entretanto ele não é mais importante do que ela.
Esse foi um dos equívocos de Abraão (Gn 21.9-12), o qual acreditava, ao que
tudo indica, na existência de um compromisso unilateral entre Deus e ele,
excluindo sua esposa. Achava, talvez, que Ismael fosse mais relevante que Sara.
Ledo engano.
O Eterno
desvendou esse segredo ao seu amigo, demonstrando que, sem Sara, não haveria
cumprimento de promessa. Ela deveria ser honrada por Abraão porque era sua
mulher! Ademais, também lhe era submissa (1 Pe 3.6 — a submissão é a base da
autoridade e da exaltação) e, por último, porque o projeto divino passava
inexoravelmente pelas entranhas dela — Isaque. Aliás, sempre, o projeto de Deus
para a família não possui um plano alternativo. Será necessariamente entre o
esposo, a esposa e os descendentes. Qualquer terceiro que intervier nessa rota
poderá atrapalhar.
3. Em relação aos filhos
Quando o
Criador não permitiu a liderança do lar com a esposa, visava-a não
sobrecarregada de atribuições. Em Pv 31, vê-se um corolário de atividades
próprias das mulheres, não apenas para os tempos passados, mas também para os
nossos dias, devendo atualizar, obviamente, apenas o ambiente civilizatório. O
papel de cuidar dos filhos, por exemplo, deve ser compartilhado entre marido e
esposa, entretanto — até fisiologicamente — a mulher tem vantagem,
principalmente durante os primeiros meses de vida dos filhos, pois recebeu de
Deus não apenas o dom de alimentá-los, mas, sobretudo, de amá-los. Aliás, a
função maternal da amamentação é observada em todos os mamíferos.
A função materna,
porém, não se resume ao papel da criação de filhos para a vida, em parceria com
o marido, mas também de conduzidos ao conhecimento de Deus, como aconteceu com
a avó e a mãe de Timóteo (2 Tm 1.4,5). Outro exemplo notável é o da mãe do
teólogo John Wesley, Susanna Wesley, a qual teve muitos filhos e levou todos a
servirem a Cristo. O eminente pregador, em certa ocasião, afirmou que sua mãe
tinha sido a fonte de onde emanaram todos os princípios cristãos norteadores de
sua vida, tendo aprendido mais com ela do que com todos os teólogos da
Inglaterra.
Na Bíblia, são
abundantes os casos de mulheres que transformaram seus filhos em grandes homens
e mulheres de Deus. Dois casos dignos de nota são os de Joquebede, mãe de
Moisés, e Ana, mãe de Samuel. Ambas conduziram seus filhos à presença do
Senhor. Certamente, os pais dos meninos, respectivamente Anrão e Elcana,
tiveram sua cota de participação. Entretanto, o Espírito Santo, ao narrar a
infância de ambos os heróis da fé, dá destaque especial às condutas das mães.
Essas mulheres
amaram profundamente seus filhos e sofreram muito por eles. Talvez, por isso,
Deus as destaque em sua palavra.
III. CRIADA PARA SER GERADORA
1. Semente da vida
A
responsabilidade de ser geradora da vida não ficou para qualquer pessoa! O Soberano
deu às mulheres esse dom especial da maternidade. Trata-se de uma
característica inaudita. Observe que, quando as mulheres vão trazer vida ao
mundo, por ocasião da gravidez, elas perdem sua forma e adquirem um padrão
"estranho”. Esse fenômeno é denominado, como afirmava certo poeta, a
“divina deformação”. O novo ser a deforma, para fazê-la mais bela ainda.
Pedro revela
que o homem deve tratar sua esposa com todo o respeito, reconhecendo-a como o
vaso mais frágil (1 Pe 3.7 NTLH).
Interessante
que, no fim da gravidez, por ocasião das dores de parto, quando o vaso se torna
mais frágil, a coragem e a força femininas aparecem com mais vigor. O
Altíssimo, assim, através das mulheres, fala ao mundo sobre como da
"fraqueza se tira força”, uma obra paradoxalmente maravilhosa. O Senhor as
dotou de muita dignidade, ao lhes outorgar uma capacidade superior, extrema, de
expressar, em dor, o amor pela família — trazendo vida ao mundo.
2. Semente da salvação
A mulher,
assim, coopera com Deus, ou seja, “atua juntamente” com Ele, para gerar a vida,
mas também foi destacada para fazer algo mais especial: cooperou com Deus para
trazer a Salvação. Está escrito: “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal:
eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”
(Is 7.14). A mulher deveria ser virgem e descendente de Abraão, e Maria foi a
escolhida.
O Pai da
Eternidade (Is 9.6) nasceu de um vaso frágil (Gn 3.15), para que toda a glória
fosse do Todo-Poderoso, pela sua boa vontade para com os homens (Lc 2.13,14).
Ninguém poderá tirar a magnificência desse milagre das mulheres.
O apóstolo
Paulo arremata: "mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei,
a fim de recebermos a adoção de filhos” (G1 4.4,5). Bendito seja o Altíssimo
pelo dom inefável da vida eterna!
3. Sonhos
A capacidade de
enxergar o futuro com fé é de bem poucos. Isso aconteceu, por exemplo, com
Raquel e com Ana, que não desistiram do sonho de ter filhos, ainda que estéreis
(Gn 29.31; 30.22,23; 1 Sm 1.5,6), bem como com Acsa, que, mesmo sem direito à
herança, conseguiu uma possessão bem melhor para sua família (Jz 1.12-15).
História igualmente cheia de sonhos é a de Rute. Ela abandonou seu povo e foi morar
com uma anciã pobre, sua sogra Noemi, em uma terra que era de inimigos do seu
país. O etnocentrismo naquela época já era bastante forte. Contudo, mesmo
assim, ela creu que o impossível podia acontecer e não desanimou — talvez a
maioria das pessoas tivesse seguido o exemplo de sua concunhada Orfa, que
voltou à terra de Moabe (Rt 2.1 1,12). Que mulher excepcional! Ela pôde sonhar,
confiou no Todo-Poderoso, e Ele atendeu ao desejo de seu coração. A moabita
Rute é ascendente do Senhor Jesus, constando na sua genealogia, porque decidiu
crer que o Eterno era poderoso para realizar aquilo que o seu coração desejava
(Ef 3.20). Se você quiser ter algo que nunca teve, faça algo que nunca fez!
Muitas mulheres
também se destacaram pela fé no Novo Testamento. Várias delas deixaram suas
casas e seguiram a comitiva de Jesus, servindo com suas posses e seus serviços.
O Senhor tem seus nomes escritos no céu, pois o Altíssimo não fica devendo nada
a ninguém.
Observe,
entretanto, a grande fé de duas mulheres desprezadas que, mesmo assim,
conseguiam ver esperança onde os outros só viam dor. Uma era samaritana, e a
outra era siro-fenícia. Elas eram tão “descartáveis” que os escritores do Novo
Testamento não descobriram quais eram seus nomes. Mas isso não importa. O que
vale a pena registrar é que elas se dispuseram a crer naquilo que Jesus estava
dizendo. Simples assim. E o milagre aconteceu para elas. Seus anelos mais caros
foram realizados. Afinal, a Bíblia diz que Deus atende aos desejos daqueles que
se deleitam nEle (SI 37.4).
Somente os que
estiverem dispostos a crer em Deus, assim como uma criança, experimentarão
visitações surpreendentes do Senhor, além de serem, sempre, renovados na fé.
Eles mudarão o foco das perspectivas, influenciarão decisivamente o mundo em
que vivem, serão capacitados a seguirem, sem abalos, até o fim da jornada da
Vida.
Raquel, Ana,
Acsa, Rute, bem como as estrangeiras aqui mencionadas (a samaritana e a
sírio-fenícia), todas submissas, representam muito bem todas as mulheres. Elas
tinham anelos em seus corações e, quando olharam para o Altíssimo, logo tiveram
os olhos do seu entendimento iluminados. Tudo isso porque o Senhor deu às
mulheres submissas uma capacidade geradora notável, não de apenas trazer filhos
à existência, mas também sonhos, isto é, projetos para a vida. Esses planos
femininos serão chamados, aqui, de sonhos, haja vista que, não poucas vezes,
eles não são razoáveis, pois taram gerados pelo Espírito Santo.
O Espírito
outorga, em regra, às mulheres submissas a capacidade de sonharem as coisas que
estão no coração de Deus. Essa sensibilidade, fé e obediência femininas agradam
a Deus, que não lhes priva dos desejos do coração (SI 51.17; 37.3) concebidos
na confiança do caráter de Deus, que é gracioso.
Você, que é
serva do Eterno, não se assuste com os sonhos que o Todo--Poderoso colocar em
seu coração. Claro que você não deve ser orgulhosa, nem correr "atrás das
coisas grandes e extraordinárias”, que estão fora do seu alcance. Apenas
sossegue sua alma como uma criança que, alimentada, está nos braços de sua mãe
(SI 131.1-3). Entretanto, não despreze também os desejos profundos de seu ser,
gerados na presença do Altíssimo. Pode ser que sejam uma revelação do Espírito
Santo.
Autor:
Reynaldo Odilo
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