O Altíssimo
criou homem e mulher iguais em importância, bem como em direitos e deveres. E
assim o é diante do Senhor. Não há um sexo que seja melhor que o outro. Cada um
exerce seu papel decisivo no projeto do Criador. Aliás, pela Criação, vê-se que
ambos são da mesma essência, com diferenças pontuais, por causa do propósito
divino. Por outro lado, a liderança do homem, na família, sobre sua esposa e
filhos, está bem delineada em todas as Escrituras. Isso, é bom repetir, não se
trata de um gênero ser melhor que outro, ou mais relevante, porém somente de
exercer função distinta dentro da unidade.
Jesus e o
próprio Espírito Santo, voluntariamente, em amor, submetem--se à vontade do
Pai, no seio da Trindade. Isso se chama, doutrinariamente, Subordinação. Esse é
o maior modelo de submissão para as famílias.
Jesus é o
Enviado do Pai. Interessante que, diante dessa situação, Jesus afirmou (Jo
14.28-31) que os discípulos deveriam se alegrar com a sua ida para o Pai, pois
o Pai era maior do que Ele. Que maravilha! Apesar de Jesus ser um com o Pai
(isso fala da sua divindade), Ele desejava que os discípulos exultassem, porque
Ele submetia-se voluntariamente à vontade do Pai, que era maior que Ele.
Aliás, Jesus
declarou em várias ocasiões que todo o seu prazer era fazer a vontade do Pai.
Vê-se, dessa forma, na própria Trindade, um belo exemplo de Subordinação. O
verdadeiro amor baseia-se, assim, no princípio da autoridade e submissão. Por
outro lado, no lugar onde há o desejo de prevalecer sobre o outro, o perfeito
amor já deixou de existir. E nisso Jesus nos deixou um exemplo perfeito dessa
obediência em amor chamada submissão.
Jesus também
enviou o Espírito Santo, o qual não fala de si mesmo (Jo 15.26,27), mas apenas
testifica sobre a pessoa de Jesus. Isso caracteriza, portanto, uma sujeição,
uma subordinação. Observe, porém, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo vivem
uma perfeita unidade e igualdade. Nenhum é superior ao outro enquanto Pessoa da
Trindade, porém um submete-se ao outro em amor. Que coisa maravilhosa!
Isso deve
acontecer, igualmente, nas famílias. O marido não é mais especial para o Eterno
do que sua esposa e filhos. O preço de sangue que Jesus pagou foi o mesmo por
todos. A diferença está na posição hierárquica que o Todo-Poderoso colocou cada
um na família. Ocorre que, caso não exista submissão na família, não haverá
família. Aliás, Jesus disse que uma casa dividida contra si não subsistiria (Mc
3.25).
Houve um homem
que lutou contra a idolatria do Reino do Norte ao lado do rei Jeú. Este homem
era Jonadabe (2 Rs 10.15). Ele se tornou muito influente politicamente (2 Rs
10.16,23). No entanto, seu nome ficaria gravado na história, sobretudo, pela
forma como ele liderou sua família. Ele, pensando no futuro de seus
descendentes, estabeleceu três regras básicas, que os guiaram por gerações: que
eles não bebessem vinho, que morassem em tendas e que não se dedicassem à
agricultura (Jr 35.6,7). Seus filhos, netos, bisnetos e demais gerações
seguiram fielmente sua orientação (Jr 35.8-10). Que feito notável! Eles entenderam
que a obediência era uma fonte de bênçãos e que haveria um futuro promissor
para quem não fosse rebelde aos seus pais. Aliás, o obediente nunca perde.
Cerca de
duzentos anos depois de o seu ancestral Jonadabe ter falecido, os seus
descendentes, chamados recabitas, continuavam praticando as diretrizes
ensinadas. Diante disso, Deus, contente com a fidelidade deles, fez-lhes
promessas sobre o futuro (Jr 35.18,19).
Interessante
que o nome deles não era “jonadabitas”, em homenagem a Jonadabe, e sim recabitas,
em homenagem ao pai de Jonadabe, Recabe. Com isso, pode-se entender que o
próprio Jonadabe era submisso ao seu genitor e preferiu, por tal razão, que o
nome do clã familiar estivesse ligado ao patriarca mais antigo.
A liderança
exercida por Jonadabe foi excepcional, porque incutiu na família a decisão de
ser obediente, sobretudo a Deus, o que acarretou o cumprimento da bênção que o
Altíssimo prometeu para os seus descendentes.
I. Hierarquização na Família
1. Uma decisão divina
Deus é expert em colocar as coisas em ordem. As regras do bem viver
social, as normas da conivência pacífica em família e a prática da adoração com
"ordem e decência” são mandamentos que o Senhor determinou na sua palavra.
Nessa organização, inexoravelmente existe uma cadeia hierárquica. E, portanto,
há hierarquia em todo agrupamento chancelado por Deus e, por conseguinte, na
família.
A palavra
hierarquia vem do grego hierós, que
significa “sagrado” e archein, que é traduzido por “governar”. Dessa
forma, o sentido original do termo é o “governo divino”, que foi modificado com
o passar dos tempos e hoje diz respeito à organização sistematizada de qualquer
administração instituída sobre grupos, classes, países, etc. O sentido
primordial, entretanto, de "governo divino”, pode ser restaurado quando se
fala de família, pois a ordem hierárquica foi estabelecida pelo próprio Criador
no Jardim do Éden.
O homem é o
cabeça do casal, e a esposa deve ser submissa a ele, o que não significa ser
subserviente, que é um tipo de subjugação, de escravidão. Submissão, nos moldes
bíblicos, é uma decisão voluntária e inteligente de obediência, sobretudo a
Deus e à sua palavra. É renúncia à opinião pessoal, em prol da família.
Inequivocamente, o ato de se submeter ao marido constitui-se em uma das mais belas
características das mulheres cristãs, seguindo o modelo das santas mulheres do
passado (1 Pe 3.5).
2. Benefícios
Essa
hierarquização da família trouxe enormes benefícios para a vida em sociedade,
em todos os tempos, pois se estabeleceram responsabilidades que foram vitais
para o progresso humano. A hierarquização estabelece a ordem. Nas sociedades,
nas famílias, nas igrejas, se não houver hierarquia, não haverá crescimento.
R. N. Champlin
alude que a liderança masculina na família hebraica gerava inúmeras
responsabilidades para o marido em relação à sua esposa, oriundas da Bíblia e,
principalmente, dos códigos rabínicos, tais como: a) prover alimentos,
vestiário e habitação (Ex 21.10); b) prover os direitos sexuais e conjugais; c)
providenciar remédios para a esposa enferma; d) proteger a esposa e, caso fosse
sequestrada, deveria libertá-la; e e) por fim, fazer um sepultamento digno, em
caso de falecimento da esposa, com as devidas cerimônias.
Toda essa
construção social e familiar só veio a existir em face da cadeia de autoridade
criada no Éden. Sem ela, as famílias estariam fadadas à anarquia, que é o
sistema baseado na negação do princípio da autoridade, e o caos se
estabeleceria. Dessa forma, a ruína culmina quando pessoas se rebelam contra a
ordem hierárquica estabelecida por Deus, em qualquer agrupamento social.
3. Resistência social
A cosmovisão
pós-modernista, predominante no mundo atual, não admite um dos cônjuges se
submeter ao outro, pois, com base no pensamento de não existir verdade absoluta
e que cada pessoa deve fazer suas próprias escolhas sem se moldar,
necessariamente, por algum paradigma já estabelecido, a ideia da cosmovisão
judaico-cristã de hierarquia na família não se sustenta. Isso, inequivocamente,
tem gerado uma série de problemas para as famílias modernas.
O escritor
Stephen Adei entende o problema gerador dessa resistência social ligado à
discriminação histórica contra as mulheres, o que levou alguns, no afã de
corrigir essa distorção horrível, ao extremo de negar as diferenças entre os
sexos e suas funções singularmente complementares. Esta circunstância pode ter
estimulado a psicóloga americana Betty Friedan a escrever, em 1963, o livro “A
Mística Feminina”, a qual passou dos limites ao criar o feminismo radical,
movimento que, mesmo fraco em nossos dias, continua causando danos aos diversos
estratos sociais.
II. A Arte da Liderança
1. Liderança espiritual
Exercer
liderança espiritual é algo extremamente importante. Está escrito que os
líderes espirituais da Igreja Primitiva tinham tanto cuidado pelas vidas dos
seus liderados que se sentiam responsáveis pessoalmente pela salvação deles (Hb
13.17). Esse sentimento certamente está presente em cada líder constituído por
Deus, pelo grande amor nutrido pelo rebanho. O chefe da família, portanto, deve
se ocupar em liderar espiritualmente os que estão "à roda de sua mesa” (SI
128.3), com o mesmo padrão de Deus. A dificuldade acontece quando o líder não
quer liderar como deve.
A maioria dos
pais da atualidade, por exemplo, preocupam-se com o futuro dos seus filhos; por
isso, fazem a matrícula deles em escolas públicas ou privadas, desde a mais
tenra idade, sem permitir que faltem às aulas. Essa regra é correta. O que não
está certo é o fato de muitos pais cristãos não se esforçarem para que os
filhos frequentem a escola dominical, a fim de adquirirem conhecimento bíblico.
Essa liderança espiritual no lar, ao que tudo indica, por esse singelo aspecto,
pode estar prejudicando o futuro dos filhos no aspecto espiritual, que é o mais
relevante para a vida!
Outra
característica funesta de nossos dias é que os pais querem os filhos sendo
engenheiros, médicos, advogados, etc., porém não os estimulam para seguir a
carreira ministerial: ser pastor. É óbvio que o filho deve ter qualificação
intelectual e profissional seculares. Entretanto, cabe aos pais impregnarem o
anelo pelo santo ministério cristão, pois é uma das vocações mais excelentes
que existe (1 Tm 3.1)!
O materialismo
reinante nestes tempos pós-modernos tende, porém, a essa inclinação carnal de
levar a família a buscar prosperidade somente em relação às coisas desta vida.
Onde fica o chamado de Deus? A obra missionária? Os pais, líderes espirituais
de suas famílias, não podem impedir seus filhos de usufruírem fortes
experiências espirituais com o Todo-Poderoso. É preciso ter fé e introduzir
esse sentimento na prole, pois a fé é o portão do futuro da família.
2. Liderando a esposa
Liderar a quem
se ama é um exercício sacrificial de amor, e não um mandato autocrático. Nos
textos em que a Bíblia narra a liderança masculina no lar há, por isso, o dever
para o marido amar sua mulher. Assim, cabe ao marido exercer a liderança em
amor, o que não significa subjugação, e sim companheirismo e cumplicidade.
O Dr. Stephen
Adei aduz:
"A Bíblia
convoca os homens a liderar suas esposas (Ef 5.22-33) no contexto das famílias
cristãs. Esse chamado não é para uma posição de domínio, mas de serviço,
seguindo o exemplo de Jesus. (...) O líder bíblico é, antes e mais nada, um
líder servil; este é o modelo que Jesus nos deu (Jo 13.1-17)”.
Há, ademais, um
último dever do marido em relação à sua esposa (aliás, esse dever é recíproco)
e diz respeito à sexualidade. Paulo escreveu em 1 Coríntios 7.3: “O marido
pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido”.
Dessa forma, há a obrigação, na constância da relação matrimonial, da
existência de atividade sexual entre os cônjuges. A exceção mencionada no mesmo
texto é quando existir consentimento mútuo por algum tempo: "(...) e,
depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa
incontinência” (v.5b). A ausência de cuidado do respeito do marido em relação à
sua mulher, assim, inclusive, pode ensejar o bloqueio das orações do marido (1
Pe 3.7). Observa-se, dessa forma, a importância de liderar sacrificialmente em
amor! A quem muito se dá, muito se cobrará (Lc 12.48).
3. Liderando os filhos
A Bíblia diz
que o pai deve exercer liderança sobre os filhos (Ex 20.12; Dt 21.18-21; Mt
15.4; 19.19; Mc 7.10; Ef 6.2) e que eles são como flechas nas mãos do valente
(SI 127.4). Isso conduz a duas conclusões: 1) O pai precisa ser valente para
exercer a liderança, pois deverá deixar herança para seus filhos (Pv 13.22; 2
Co 12.14) — e, principalmente, um bom nome, a maior herança (Pv 22.1); também
deverá ser valente para protegê-los (Lc 11.21), para suprir suas necessidades
materiais (Lc 11.11; 15.17), para cuidar deles quando estiverem doentes (Mc
9.17-24; Lc 8.40-42), bem como para interceder por eles e instruí-los no
caminho do Senhor (1 Sm 1.27; Jó 1.5; Pv 22.6; Ef 6.4). 2) Em segundo lugar, a
liderança do "valente” deve ser capaz de "lançá-los” bem mais longe
que os pais foram; afinal de contas, são como "flechas nas mãos do
valente”, que seguem adiante. As flechas sempre vão além do arqueiro, rumo a um
alvo que este não consegue alcançar. Isso fala sobre o futuro.
Entretanto, os
pais não devem irritar os filhos (Cl 3.21), querendo que os filhos realizem os
projetos que os pais não conseguiram atingir, ou exigindo condutas que não
concretizaram. É de se observar, igualmente, que a autoridade sobre os filhos
deve ser exercida em amor, com comedimento, sem humilhações.
Além do
mandamento anterior, ainda há outra recomendação complementar imprescindível.
Está escrito: "E vós, pais, não
provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do
Senhor” (grifo acrescido - Ef 6.4). A parte final do versículo mostra pesar
sobre os pais, o sacerdócio do lar, ou seja, os pais não podem ser um
"barril de pólvora” na família. Todavia, como sacerdotes, devem ofertar
uma educação de qualidade aos seus filhos, baseada na Palavra de Deus, e também
possuem a obrigação de repreender (admoestar) os desobedientes.
Neste
quadrante, o Altíssimo fala sobre a necessidade de correção aos filhos. Está
escrito: "Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos
corrigirem, e nós os reverenciamos (...)”. (Hb 12.9). Disciplinar, então, é um
ato de amor e obediência à Palavra de Deus.
Mas qual é o
limite da disciplina dos pais? A correção do filho deve ser correspondente ao
erro... justa, portanto. A disciplina deve ser sentida, porém não pode ferir,
pois isso seria pecado do pai ou da mãe. O mandamento de "amar ao próximo"
alcança também os filhos.
Outro aspecto
relevante é a compreensão do filho em relação à justeza da disciplina aplicada.
Caso contrário, os pais poderão apenas irritar o repreendido, o que não seria
útil; afinal, sentimento de injustiça gera revolta, e não aprendizado.
Ê bom
ressaltar, por fim, que, enquanto estiverem em casa, os filhos deverão ser
totalmente obedientes aos pais, no Senhor. Quando se casarem, porém,
"deixarão pai e mãe”. O que não significa abandoná-los, como já visto no
capítulo anterior.
III. Contrastes de Lideranças
1. Ineficaz
a) Adão:
Uma liderança
ineficaz gera indiferença espiritual familiar. Esse foi o problema de muitas
pessoas na Bíblia. O primeiro foi Adão, um péssimo líder em seu lar. A
insubmissão de Eva (que será estudada no próximo capítulo) não aconteceu por
acaso: deu-se pela lacuna da liderança de Adão. Eva não podia ser tratada como
um dos animais do jardim. Ela precisava de intimidade com Adão e com o
Altíssimo. Ela precisava entender quem era o líder, quem decidia. Se ela
soubesse disso antes de optar em comer o fruto proibido, teria conversado com
seu marido. Por outro lado, se ele tivesse estabelecido o padrão divino de
liderança em sua família, não teria aceitado desobedecer tão facilmente. Não é
à toa que o Altíssimo disse: “Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher
(...)” (Gn 3.17). O Senhor estava dizendo que Adão errou na sua liderança no
lar.
Por outro lado,
quando o apóstolo Pedro disse que a mulher era o vaso mais frágil (1 Pe 3.7),
praticamente absolveu Eva da culpa exclusiva pela Queda. Como ela era mais
frágil, cabia a Adão, seu líder, protegê-la! Adão teria, em relação ao pecado
de Eva, então, a denominada culpa in vigilando. Isso é, ele também é culpado pelo
pecado de Eva, por não a ter defendido, ou criado os mecanismos de integração
necessários para que eles não pecassem. Eva achava-se autossuficiente, e Adão
concordava com isso! Em um casamento, ninguém pode agir com autossuficiência,
pois todas as decisões devem ser conjuntas. Por fim, após a Queda, Adão
“assinou” o “atestado de liderança ineficaz” quando acusou a Eva e a Deus pelo
pecado. Esse era o último detalhe que faltava para demonstrar a total
inabilidade de Adão para liderar. Deus o considerou culpado, por isso
amaldiçoou a terra por causa dele (Gn 3.17).
b) Davi:
É
impressionante como a Bíblia não poupa nenhum dos seus heróis. Deus não esconde
o erro, não compactua com o pecado, não usa de evasivas ou de subterfúgios;
Todavia, apresenta com transparência a história de todos. Um dia, igualmente,
os atos dos homens e mulheres desta geração serão desnudados diante da sua
augusta presença. O Senhor fez isso com Davi. Deus o humilhou, expondo a
podridão de suas entranhas morais e familiares. Ele foi um pai egoísta,
desatento às necessidades de sua família, não a protegeu, não a amou, não
cuidou dela devidamente, não a abraçou e beijou com a intensidade e frequência
devidas, não a considerava, não se importava com os destinos que cada um tomava
na vida. Davi, portanto, era um grande rei, porém um péssimo pai e marido.
Ele, enfim,
procurou dominar sua família, ao invés de servi-la. Foi, também, desrespeitoso
com suas esposas, conforme se observa no episódio do adultério com Bate-Seba (2
Sm 11.1-27). Indiferente, deu pouca importância à influência negativa do seu
sobrinho Jonadabe, um rapaz maligno, sobre seu filho primogênito Amnom (2 Sm
13.3), o qual planejou o estupro de Tamar. Depois disso, ele ainda continuou
com livre trânsito na casa do rei (2 Sm 13.35). Davi, em regra, não tinha tempo
para falar com seus Filhos, e os sofrimentos deles não era percebido pelo pai
ausente (2 Sm 14.24, 33). Quando morreu, Davi deixou um legado de mágoas e
sangue (1 Rs 2.6,8).
c) Eli:
Tratar com
leniência (frouxidão) o pecado dos membros da família é algo muito grave. O
Altíssimo nunca faz isso. Ele trata o pecado como pecado, e o líder de uma
família necessita ser austero com o mal. Não se pode admitir que os filhos e
filhas tragam seus namorados e namoradas para dormirem na casa paterna. Não se
convém que, no lar de um cristão, compactue-se com a venda de drogas ou
qualquer outra coisa ilícita. Esse tipo de conduta traz maldição para o lar e
pode acarretar consequências terríveis. Era isso que acontecia com Eli, que
acobertava os pecados de seus filhos (1 Sm 2.22-24).
O fim da
família dele foi muito triste. Poderia ter sido diferente. O Altíssimo disse
que nunca perdoaria seus pecados. Todos eles morreram em um mesmo dia. Foi-se a
glória de Israel (1 Sm 3.14; 4.18-22).
d) Um homem
rico:
O homem rico da
história do mendigo Lázaro também foi um personagem bíblico que exercia
liderança ineficaz em seu lar (Lc 16.19-31). Ele sabia o que a palavra de Deus
dizia e é possível que frequentasse alguma sinagoga. O tempo foi passando, e
nada de ruim acontecia com ele e sua família. Assim, ele se vestia com as
melhores e mais caras roupas e se banqueteava diariamente, sem se importar com
a sua condição espiritual, o que era refletido pela forma como ele tratava os
semelhantes. Após a sua morte, do Inferno, ele pediu que Lázaro voltasse à
Terra a fim de pregar para sua família, mas o Todo-Poderoso não permitiu.
O homem rico,
no desespero, queria que sua família se convertesse ao Senhor, porém “Abraão” lhe
disse que a incredulidade dos seus corações era intransponível. Mesmo se
houvesse uma ressurreição, eles permaneceriam inertes espiritualmente. O
materialismo lhes cegara os olhos. Aquele rico se preocupou com a
espiritualidade de sua família tarde demais!
2. Eficaz
No início do
capítulo, foi tratado sobre a liderança eficaz de Jonadabe. Serão analisados
mais dois exemplos:
a) Anrão:
Anrão é um
herói da fé (Hb 11.23). Ele, mesmo na condição de escravo, soube conduzir sua
família triunfantemente pela vida. Prova disso é que seus três filhos
lideraram, por quarenta anos, o maior êxodo do povo de Deus em todos os tempos.
Apresenta-se bastante significativo o lato de Deus, ao falar com Moisés da
sarça ardente, tenha se identificado, primeiramente, como sendo o "Deus de
teu pai" (Êx 3.6). Certamente que a educação oferecida a Moisés por seus
pais foi fundamental para ele ter se transformado no líder excepcional descrito
na Bíblia.
b) Pais de
Daniel, Misael, Ananias e Azarias.
Daniel e seus
três amigos são os personagens centrais do Livro de Daniel. Entretanto, nada se
diz acerca de seus genitores. È impressionante, porém, como eles souberam
educar seus filhos no caminho do Senhor, ainda tão jovens. Certamente, os pais
exerceram a liderança familiar com excelência, e os jovens não quiseram,
sequer, se contaminar com os manjares do rei. Deve-se ressaltar, também, que os
jovens eram cultos e instruídos. Isto demonstra que seus pais investiram, desde
cedo, em vários aspectos do crescimento deles. É um exemplo e tanto para esta
geração de pais deste tempo pós-moderno, que precisam levar seus filhos a um
patamar de excelência, quer seja intelectual, cultural, profissional e,
sobretudo, espiritual.
Autor: Reynaldo Odilo
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